Especialista alerta que empresas devem se organizar para as mudanças no sistema e fazer o cadastro para evitar penalidades

O ano nem terminou e o anúncio de novas mudanças nas áreas contábil, fiscal e trabalhista para 2018 já surgiram. Exemplo disso é o eSocial que estabelece modificações no envio das informações das empresas sobre os seus funcionários. É preciso se organizar, pois este novo cenário que se apresentará a partir do próximo ano demandará não só atenção, mas também habilidade por parte dos contadores. A afirmação é do especialista Alexandre Andrade Conselheiro do CRCRJ e Diretor do Painel Financeiro.

De acordo com ele, as funcionalidades do programa são complexas, requerem preparação e a necessidade de entender os percentuais de impostos, além de como os dados deverão ser transmitidos a partir do ano que vem. Andrade ressalta ainda que é importante também não deixar o cadastro para última hora, já que pode haver congestionamento do sistema do eSocial e, consequentemente, o risco do não cumprimento da obrigação, ocasionando multas e penalidades previstas nas legislações trabalhista e previdenciária.

Para se ter ideia, até o momento somente 800 organizações fizeram o cadastro na plataforma da Receita Federal de um universo de oito milhões de empresas que empregam mais de 40 milhões e serão obrigadas a cumprir a exigência que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2018.

“Primeiro para aquelas que tiverem um faturamento superior a R$ 78 milhões em 2016. Já a partir de julho, a obrigatoriedade será estendida para todos os empregadores”, alerta Andrade.

De acordo com pesquisa da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), somente 4,4% das empresas estão realmente preparadas para a operação do novo sistema e 42,9% das mais de 1.300 companhias avaliadas nem mesmo iniciarão a implantação. “Diante de uma série de novidades é fundamental que as empresas tenham apoio de um profissional contábil capacitado e também um sistema de gestão financeira que auxilie na organização dos processos internos e no arquivamento dessas informações. Do ponto de vista do contador, é hora de aproveitar os meses restantes para se aprofundar no assunto e orientar da melhor forma possível as suas respectivas empresas”, orienta.

O diretor ressalta que toda mudança gera desconforto, insegurança e resistência e que a atitude desconfiada das empresas ao novo é normal. Para ele, cabe ao contador explicar como funcionará o sistema, assegurar que os dados transmitidos estão corretos e conscientizar os empresários que atitudes, como admitir um funcionário sem prestar contas de toda a sua documentação deverá ser deixada de lado. “O controle estará maior e mais rigoroso, já que os dados trabalhistas, previdenciários, tributários e fiscais serão unificados. Sem falar que o envio dos dados, em alguns casos deverá ser diário, ou seja, a palavra de ordem agora é organização”, conclui.

 

Autor(a): Igor Fernandes

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