Pouco tempo para conseguir as informações e lentidão no sistema podem levar contribuinte a perder prazo e pagar multa. Declarações podem ser enviadas até 30 de abril. Não deixe para a última hora!

Deixar tudo para a última hora é um hábito frequente entre os brasileiros. No entanto, quando o assunto é a declaração do Imposto de Renda isso pode não ser uma boa ideia. Fatores como falta de documentos e até sobrecarga no sistema da Receita Federal podem fazer com que o contribuinte perca o prazo, que acaba no dia 30 de abril, e tenha que pagar multa.

Incoerências ou falta de informações podem fazer o contribuinte cair na malha fina. Por isso é importante ter atenção e tempo para checar o que está sendo declarado é importante.

Aquele que entregar fora do prazo ou não fizer a declaração fica sujeito ao pagamento de multa de, no mínimo, R$ 165,74. O valor máximo corresponde a 20% do imposto devido.

Veja abaixo alguns dos principais motivos para não deixar a declaração do IR para última hora:

1 – Erros

O ditado já diz: a pressa é inimiga da perfeição. Atenção deve ser redobrada no preenchimento da declaração, pois qualquer centavo a mais (ou a menos) pode levar a declaração à malha fina. Diferenças entre valores declarados pelo empregador e empregado, valores que o contribuinte recebeu e os valores que ficaram retidos na fonte são erros comuns.

2- Esquecimentos

Com pouco tempo, é possível que as pessoas esqueçam de gastos que poderiam ser abatidos. Quando lembrarem, pode ser tarde demais para procurar comprovantes ou até mesmo preencher na declaração.

3 – Rede congestionada

Como o número de acessos ao sistema da Receita aumenta nos últimos dias, a lentidão pode fazer com que o contribuinte não consiga fazer a sua declaração ou demore mais no processo. Além disso, como a lei de Murphy costuma acontecer nesses casos, se a conexão de internet falhar ou o computador apresentar algum defeito, o reparo pode não ser imediato.

4 – Falta de ajuda

Se você precisar de ajuda pode ser difícil encontrar um profissional da área de contabilidade disponível ou até aquele tio ou amigo que está acostumado a prestar contas com o Leão. Além disso, entender toda a dinâmica do sistema de Imposto de Renda nos últimos momentos pode ser uma missão impossível.

5 – Documentos

Perceber que alguns documentos estão faltando a poucos dias do prazo final, pode ser um grande problema. Contrato ou escrituras de compra e venda de imóveis ou automóveis, notas fiscais de escolas, centros médicos ou de outros serviços de profissionais liberais podem demorar dias para serem obtidos.

6 – Malha fina

Novamente, informações incoerentes podem fazer com que o contribuinte caia na malha fina. O tempo curto pode não ser suficiente para corrigir eventuais erros antes de enviar a declaração.

Caso já tinha sido enviada, retificar é possível desde que se cumpra o prazo que termina em 30 de abril. Segundo professor do Instituto de pós-graduação e pesquisa em administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD/UFRJ), Carlos Heitor Campani, se deixar para última hora o contribuinte terá menos tempo para perceber o que está errado.

“O ideal é que a declaração corrigida seja mandada dentro do prazo. Se você corrigir depois pode chamar atenção da Receita e cair na malha fina”, afirma Campani.

7 – Multa

Perder o prazo significa pagar multa. O valor é de no mínimo R$ 165,74 e máximo de 20% do imposto devido. Além do prejuízo financeiro, o contribuinte fica com o CPF “sujo”, o que pode lhe impedir de empréstimos, tirar passaportes, obter certidão negativa para venda ou aluguel de imóvel e até prestar concurso público até a regularização da situação.

8 – Restituição

A análise das declarações é feita por ordem de chegada pela Receita Federal. Sendo assim, quem declara por último, recebe por último. Veja o calendário de restituições de 2018.

Segundo Cleiton Felipe, gerente sênior da área de assessoria fiscal da BDO Brazil, alguns contribuintes apostam na valorização da taxa Selic. Dessa forma, decidem deixar para os últimos dias, já que o valor da restituição é corrigido com base na taxa de juros. Como a Selic vem caindo e a tendência é que continue, esta pode não ser uma saída vantajosa neste ano.

Fonte: G1 – *Sob supervisão de Marina Gazzoni

 

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