Há três tipos de personalidades dentro de cada empresário que abre um negócio e que o atrito entre elas é o principal culpado para a falta de prosperidade

Você sabia que, segundo o Sebrae, 98,5% das empresas no Brasil são micro e pequenos negócios? E segundo o IBGE, de cada 10 negócios abertos no Brasil, 6 fecham antes de completar 5 anos? Pasmem, nos Estados Unidos, esse dado é ainda mais negativo, pois lá, 80% das empresas fecham antes de cinco anos de atividade.

Dados preocupantes e que muito têm a ver com as três personalidades que existem dentro de cada dono de um pequeno negócio. Um estudo da E-Myth Worldwide, publicado no livro O Mito Empreendedor, de Michael Gerber, chegou à conclusão que, uma das principais razões para que a maioria das empresas fecharem as portas, é a briga entre as personalidades existentes dentro do próprio dono do negócio.

Segundo Gerber, há três tipos de personalidades dentro de cada empresário que abre um negócio e que o atrito entre elas é o principal culpado para a falta de prosperidade. São elas:

1) Técnico: é aquele que sabe colocar a mão na massa, gosta de fazer, representa 70% do perfil do empreendedor novato. Caracteriza-se por viver o presente, desconfia de ideias ambiciosas, é focado na realização e, por isso, acha que ninguém realiza uma tarefa tão bem como ele. Desta forma, defende a bandeira: “Se quer bem feito, faça você mesmo”. Um erro muito comum do técnico é pensar, quando empregado, que vai abrir um negócio e continuar fazendo a mesma coisa, ganhando mais e com maior liberdade por não ter patrão.

2) Administrador: é o perfil pragmático, que adora planejar. Vive o passado, afinal, aprende com os erros para se organizar melhor a cada dia. É daquele tipo que primeiro precisa conhecer a casa para só depois pensar em morar nela. Geralmente representa 20% do perfil de empreendedores. Sua bandeira é: “Se ele não planejar as coisas, nada de bom vai acontecer”.

3) Empreendedor: é o perfil sonhador, aquele visionário catalisador da mudança e representa 10% do perfil empresarial. Caracteriza-se pela criatividade e sempre chega com ideias para inovar o negócio, quer transformar continuamente sonho em realidade. Vive no futuro, do tipo que termina de construir a casa e já pensa na próxima. Sua bandeira é: “Se não for ele, ninguém cria nada”.

Agora imagine o encontro dessas três pessoas na empresa: o perfil empreendedor já chega falando que tem uma brilhante ideia. O administrador então retruca: Ah, não, nem terminei de planejar a primeira ideia e você já aparece com outra, pode esperar para nos organizarmos direito. E enquanto os dois estão discutindo o técnico aproveita para sair de fininho e já começa a colocar a mão na massa.

E essa guerra mental e cotidiana na cabeça do empresário costuma ser fatal para o desenvolvimento do negócio. E sabe o que é o mais agravante? Quando ele percebe que não está dando conta e decide contratar alguém para ajudar, é comum escolher uma pessoa com o mesmo perfil do seu, afinal, uma personalidade semelhante à sua irá agradá-lo e o problema tende a persistir.

Então a dica para evitar este ciclo negativo é ter a consciência de que o pequeno empresário que deseja crescer vai precisar dos 3 perfis. Mas cabe a ele reconhecer o seu perfil mais saliente e valorizar e dar espaço para as outras 2 personalidades atuarem dentro de cada decisão, ou encontrar pessoas com perfis complementares, podendo ser um funcionário ou até um sócio.

É importante lembrar que grande é aquele que reconhece a grandeza do outro, ou seja, identificar, relevar e valorizar o perfil do outro e, a partir daí, trabalhar em harmonia para o bem do próprio negócio.

Além disso, é preciso saber treinar adequadamente as pessoas ao seu redor para poder delegar, pois, se a empresa depende de você para tudo, na verdade você estará atuando mais como empregado do que empresário.

 

Autor: Erik Penna
Fonte: Sebrae

 

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